quinta-feira, 30 de abril de 2009

Memória


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Memória
Dueto


De outrora a memória apenas,
Perpassa e transpassa em poemas
Lembrança de um tempo vivido.
De amores, de dores, sentidas.

Foram bons, mas como Atenas,
Também teve mazelas e cantilenas
Faz parte da história antiga,
Que aqui rascunho na barriga.

Se recordo aventuras-meninas,
Porque estiveram nas esquinas
É que foram mágicas e reais,
Deram a pedra de toque dos ais.

As sinfonias tocadas, sentidas,
Melodias ouvidas e bem descritas
Onde humanos fomos ainda mais,
De mãos e corações dados no cais.

Amantes, abençoados em festa,
De um amor puro que se manifesta
Premiados de encantos, quimeras!
Viveremos para sempre as esperas...

E no avançar das eras,
Tudo o mais eu quisera...
São sonhos, ilusões...
Dedilhando o violão.

E entaõ, só o quê me resta!?
Deixar entrar pela fresta,
Pelas portas... Pelas janelas,
A poesia tão bela!...


Nice Aranha & Hildebrando Menezes


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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Transparência da Alma


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Transparência da Alma


Reflexos, imagens, que nas águas, se perdem,
Mensagens que, em ondas, se escrevem.
São as mesmas respostas, que as palavras não dizem,
Que a curiosidade atiça, e nos atingem,
No silêncio infinito da espera discreta,
Que guarda no âmago a verdade secreta,
Onde tudo é real, mesmo vivendo em sonho,
E todo o bem é um pedaço, um riso pidonho,
Que mexe e remexe no peito calado,
Mas que deixa sempre o coração agitado.

Perdidos nesta efêmera esperança,
O velho, o jovem e a criança.
Propagam nas esferas do tempo,
O fogo, a luz, esta eterna chama,
Que clama, explode, sempre destempo,
Sem pressa ou mesmo em voo inflama,
Na rápida e translúcida ideia que cinge
O ardor da vitória na face-esfinge,
Rubrando a alma que ama, apenas ama,
Inocente e provocante se deita à cama,
E vive, o agora mais intrigante, infante,
Que brilha mais que qualquer diamante,
Momento de realização, paixão e realidade,
Longe, equidistante de toda a maldade.


Nice Aranha
Sereia Noturna


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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Cozinha Mágica


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Cozinha Mágica


Ingredientes que se juntam,
Pouco a pouco se revelam,
Misturando-se aperfeiçoam,
E enriquecendo. Se entoam.

Uma pitada de um segredo,
Uma colher de encantamento.
Uma xícara que vem cedo,
Incrementando com talento!

Duas doses bem cheias de desejos,
E capriche bem, ao acrescentar os beijos.
Para que o tempero não desande,
A massa cresça, resultando grande.

Tem que ter muita paciência,
Esperar o tempo certo, é ciência.
Mas, na batida lenta e forte,
Aqueça o fogo que o resto é sorte.

O casadinho salgado e doce,
Meu amado! Eu trouxe pr'ocê.
Mas sem teu apetite voraz,
Sem o mistério do amor é capaz,

De terminar a receita perfeita,
Aquela dos sonhos eleita,
Onde a fome e a arte se juntam,
Prá vida nascer, depois que aprontam.


Nice Aranha
Sereia Noturna


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Coração Cigano


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Coração Cigano


Nômade por natureza,
Em busca de rara beleza,
Procura por aquele a quem,
O amor se dará além.

Entre a leitura, sorte ou outra,
É sempre a verdade que sutra,
Com remendos de encanto,
Na arte livre cheia de canto.

Assim meu coração viaja,
Prá na imensidão sentir, a naja,
O veneno santo, do amor tortura,
Rendida entregue, nesta aventura.


Nice Aranha
Sereia Noturna


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domingo, 26 de abril de 2009

Jura Eterna



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Jura Eterna


Ah, quando teu verso se uniu ao meu,
E o teu talento me emudeceu.
O meu amor, se fez somente teu,
E a tua alma me envolveu.

Não explico o que aconteceu,
Mas meu peito compreendeu,
Que a eternidade se perdeu,
E no infinito permaneceu.

Agora confesso, você venceu,
No duelo verso que se perdeu.
Na ausente presença, de teu eu,
Restou somente, o quê prevaleceu,

De toda jura que então se deu,
Nenhuma alegria se arrefeceu,
Foi a verdade que enriqueceu,
O eterno amor que nos prendeu.

E a minha alma percebeu,
Mesmo distante, se esclareceu,
Que em todo tempo, sempre teu,
Meu coração, te convenceu,

Que neste verso ainda plebeu,
Rogando aos céus, não mais ateu,
Fazendo rimas, se sucedeu,
Que a nossa jura se resolveu.

O meu carinho, junto ao teu,
Neste infinito, que amor nos deu,
Sou tua, és sim, somente meu,
O nosso verso, se escreveu.


Nice Aranha
Sereia Noturna


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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sou



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Sou


Sou a incógnita de mim mesma,
Na trilha da vida, sempre aprendendo,
Descobrindo, revelando, querendo,
Sugar cada vez mais o saber que busco.

Sou a incógnita de mim mesma,
Na pauta ainda virgem sobre o piano,
Hora ou outra, um acorde tocando,
Querendo a melodia encontrar...

Sou a incógnita de mim mesma,
Na tela que pinto outrora e futuro,
Apenas pedaços no retido presente,
No instante que fala e colore por si.

Sou a incógnita de mim mesma,
Remando a favor e contra a maré,
Nas ondas, marolas, quiçá tempestades,
Quebrando nas pedras, branca espuma!

Incógnita nascida de um tempo,
Ignoto, que entender eu preciso,
Do amor exaltante e envolvente,
Preenchida até a minúscula célula.

Sou a incógnita de mim mesma,
Que a todo piscar de segundo procura,
Razão e sentimento perdura,
Na sã loucura de eternamente amar!


Nice Aranha
Sereia Noturna


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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Homógrafos


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Homógrafos


Homógrafos, assim somos nós,
Fazendo da vida o verso,
A rima do universo,
O sonho, os laços, os nós.

Homógrafos, assim somos nós,
Significados distintos,
Mulher e homem, instintos,
Queremos o que virá após.

Homógrafos, assim somos nós,
Humanos, apaixonados,
Unidos, enamorados,
De amor repleto e nunca sós.

Homógrafos, assim somos nós,
Entre riscados diversos,
Rabiscando os inversos,
Registrando do barro, os pós.

Homógrafos, sim homógrafos,
Fazendo das diferenças, remate,
Das semelhanças, embate,
A sorte, forte, juntos, diáfonos!


Nice Aranha
Sereia Noturna


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terça-feira, 14 de abril de 2009

Vem, fica!



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Vem, fica!


Meus olhos não mais te vêem,
Minha boca não mais te sente,
A emoção agora ausente,
Deixa oco, este peito meu.

Quero os versos, teus riscados,
As palavras que me envolvem,
Sentir os braços rodearem,
O meu corpo que perdeu,

O ardor de outrora firme,
De tão quente com faíscas,
Tendo o calor como as iscas,
Enchendo a alma de fervor.

Teus olhos pesar sobre os meus,
Nossos lábios se reencontrarem,
Quando as mãos entrelaçarem,
Nossos seres se unirem.

De dois, apenas um só viver,
E de amor nos envolver.
Ver a poesia virar música,
Só de prazer! Vem, fica.

Vamos viver!


Nice Aranha
Sereia Noturna


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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Doce Madrugada


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Doce Madrugada


Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada fria,
Apaga a alegria.

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada quente,
Aquece a gente!

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada chuvosa,
Só a dor, dosa.

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada fria,
Do amor a extasia!

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada quente,
Suor, desejo ardente.

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada chuvosa,
Faz a alma vitoriosa.

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada fria,
Adeus sonho, fantasia!

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada quente,
Volúpia ardente.

Esvai-se a noite,
Adentra o dia.
Madrugada chuvosa,
Vamos deitar. Deixa de prosa!


Nice Aranha
Sereia Noturna


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domingo, 5 de abril de 2009

Corpo Envolvente



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Corpo Envolvente


Ah este teu corpo escultural,
macio, cheio de formas,
que encanta, tortura,
e também me aquece.

És mesmo especial,
real, foge das normas.
Surpreende! Doce loucura,
que me entontece.

Ah tuas mãos... Quentes,
percorrem meu corpo,
tocam, provocam,
fazem-me delirar.

Estes lábios sorridentes,
me tomam e eu topo,
me entrego. - Murmuram.
Você, e eu, a nos amar!


Nice Aranha
Sereia Noturna


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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Preciso... Preciso como...


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Preciso...
Preciso como...


Preciso deste ar que circula na atmosfera,
Preciso das águas que deitam no rio,
Preciso do sol que ilumina os dias,
Preciso da lua que abençoa a noite.

Preciso ser a mulher e ser a fera,
Preciso chorar, mas também sorrio.
Preciso das certezas e incertezas, não rias,
Preciso dos carinhos e do açoite,

Que ensina a remar a vida,
Rimar os versos,
Trocar as perspectivas,
Que nos acorda do nada.

Preciso sim, desta lida,
Preciso entender controversos,
Preciso ter expectativas,
Preciso do todo e cada,

Preciso do muito e do pouco,
Preciso da fé e da crença,
Preciso do bemol e sustenido,
Preciso do som colorido,

Enquanto grito como louco
O sabor de tua presença,
Todo fomento vivido,
No quadro ainda não tingido.

Preciso tanto, mas tanto, de ti,
Como preciso deste enorme calor,
E preciso de todo o ardor da paixão,
Como preciso de tudo, o tudo deste amor.

Nice Aranha
Sereia Noturna


ﺋﷲﻼ'ﻼﷲﺅ             ﺊﺋﷲﻼ'ﻼﷲﺅ
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