segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sentir a Chuva



SENTIR A CHUVA


A percorrer-me o corpo,
lentas gotas tocam a pele
que aos poucos arrepia,
sentindo certo gelo, vez ou outra.

A chuva aumenta,
uma torrente, cai-me a face,
misturam-se lágrimas e sorrisos,
coração palpita, a mente agita.

Correntes d'água inundam,
ensopam, o seco corpo com altivez,
incendeiam fortes minhas chamas internas,
fervendo o meu humano, receptáculo.

E assim contínuos, fios d'água,
caem do céu, em meu humilde corpo,
que sangra, de desejo e grita,
esta vontade, agora já aquecida.


Nice Aranha
Sereia Noturna

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