quarta-feira, 9 de julho de 2008
Carta da Despedida
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Carta da Despedida
Sim, eu te peço infinitas vezes que não te ausentes, não te afastes; pois sem ti, falta-me o ar, eu perco a vida... É triste a sina, que me acompanha, quando a tua distância se alastra, eu fico fraca.
No peito dói, forte e intensamente, o desassossego, que não se cala, e nem mesmo grita, atônito se perde no vazio do horizonte eterno, na saudade imensa deste teu silêncio. Cadê teus olhos, tua cor, teu cheiro, o corpo belo que eu amo tanto?...
O que fazer se sem te ver aqui, ao lado meu, a derreter-me toda com tuas carícias?!... Cruel é o tempo que te deixa longe, sem dizer porquê, nem mesmo como, partistes assim sem a despedida.
Na lágrima insistente a rolar-me a face, são só lembranças a abrir meus lábios, no tímido sorriso que muito suave esboço, por trás da farsa, de que ainda posso ser feliz.
Tentando em vão destruir os sonhos, as fantasias e a nossa verdade, que magicamente vivemos em grandes momentos, tão inenarráveis quanto esta dor.
Mas, se as paisagens que se descortinam frente aos meus olhos, em qualquer canto, trazem o teu semblante, como posso amante, dizer a ti, adeus?...
É mais estarrecedor e encantador, saber que o amor é tanto, quanto esta minha dor. E num súbito meu corpo estatela, num desmaio ingênuo, em macia grama, onde ao ver o céu questiono a Deus:
Por quê levastes cedo, aquele a quem amo e sem o qual, não posso mais viver?
Nice Aranha
Sereia Noturna
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