terça-feira, 6 de maio de 2008
Meu querido
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Meu querido
Triste é a dor, que de mim, apodera-se. Corrói, machuca. Saudade que sangra incessante, perdida nas lembranças, de passados momentos, de sutis encantos.
Como eram belos, os instantes e as histórias, que se traçavam surpreendentes. Como eram mágicas, e inexplicáveis, as sensações, de tuas promessas. Sonhos, que me nego, a esquecer.
Mas agora, sem as cores de outrora. Vivo a imaginar se fossem verdades, as juras, os galanteios, as emoções ditas do coração.
Partistes sem deixar rastros, pegadas, registros... Apenas a ferida incurável, da ilusão perdida. E existindo, não mais vivendo, vejo meus sentimentos, a padecer.
Eu olho pro céu e vejo, a lua e as estrelas, a reluzir na noite; o sol à pico, brilhar, e a tingir meu rosto. Acordo eu, de entorpecente segundo, a sentir respingos d’agua a me correr as faces, se são as lágrimas ou a chuva fina, já não sei mais, misturam-se todas.
Luto contra a angústia que se quer instalar, abro um sorriso, esboço minha saudade. Tornando real o sentir que brota, a felicidade que aflora, quando no horizonte, vejo teu semblante, para mim, voltar.
Sua amada
Nice Aranha
Sereia Noturna
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